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Investimento em imóveis vale a pena?

Por que investir em imóveis?

A jornada para a independência financeira é bastante desafiadora.

Nós somos apresentados a números e conceitos novos.

Nesse post, pretendo explicar se o investimento imobiliário vale a pena.

Além disso, vou abordar os principais pontos de atenção para essa categoria de investimento.

Preciso investir e agora?

O investidor olha para a poupança, se informa sobre a previdência privada e fica apavorado. 

O pé de meia está sendo arriscado em rendimentos pífios. 

Quem pode te salvar?

Itaú, Xp, Empiricus, Easynvest? 

Naturalmente, nenhum deles. 

Você é o único que pode salvar sua pele. 

Ou seja, cada uma das empresas acima estão tentando salvar suas respectivas peles. 

Eles até afirmam que podem te ajudar nessa caminhada, mas cabe a você decidir se eles falam a verdade ou não. 

O que eu penso?

Rentabilidade não salva ninguém. 

investment

Se você investir mensalmente 1000 reais, por 20 anos, a uma taxa de 5%, o seu saldo final será: R$407,258

Caso você invista a mesma quantidade, aumentando a taxa para 10%, o seu valor será: R$721,131

Estamos falando de dobrar a rentabilidade. 

Portanto, você estará assumindo um risco consideravelmente maior.

Não é brincadeira. 

Por outro lado, se você dobrar o aporte, para 2000 reais, mantendo a taxa inicial, ao final do período o seu patrimônio será de R$814,517. 

Ou seja, dobrar o aporte retornará um capital maior do que dobrar a rentabilidade. 

Naturalmente, você terá menos risco. 

Para isso acontecer não existe mágica. 

Ou seja, ganhar mais, poupar mais, ou os dois.

Sem dúvida, você deve buscar a melhor rentabilidade possível. 

Mas, não deve acreditar que essa será a sua salvação financeira. 

Qual é o meu conselho ?

Atacar as três principais soluções e utilizar a alavancagem. 

Isso significa conseguir rentabilizar o seu patrimônio utilizando capital de terceiros. 

Existe o mito na educação financeira, de que pessoas físicas não devem utilizar endividamento para investir. 

Porém, esse mito precisa ser quebrado. 

O financiamento de projetos é a origem de todos os grandes feitos e grandes conquistas realizadas na nossa história.

Quando você coloca essa possibilidade como algo impossível ou inaceitável, você reduz a sua visão de mundo para uma fonte de energia muito importante. 

Por outro lado, faz pouco tempo que o Brasil entrou em patamares aceitáveis de juros.

Ou seja, taxas muito altas inviabilizam projetos, principalmente projetos executados por pessoas físicas. 

Portanto, afirmo com tranquilidade que hoje é possível utilizar a alavancagem para turbinar a sua construção de patrimônio. 

A forma mais segura de fazer isso é através do mercado imobiliário. 

Por exemplo: você compra um imóvel por 100 mil reais. 

A entrada é de 20 mil.

Com os custos de transação e uma pequena reforma, você gasta 8 mil reais. 

Você consegue alugar por 700 reais. 

A sua rentabilidade é de 0,7%. 

Mas, não é sobre 28 mil reais que você investiu. 

A rentabilidade é sobre o seu dinheiro e o do banco. 

Certo, você terá que devolver mais dinheiro, existe o juros do banco.

Porém, essa diferença será mais que compensada pelo pagamento de aluguel do seu inquilino. 

No caso, acima o inquilino estará pagando o juro e a amortização. 

Quando alguém paga a amortização para você, quer dizer que ele está comprando equity para você. 

Real state

Ou seja, ao quitar o financiamento você terá um ativo que gerará renda para você, possivelmente para a sua família também. 

Quais são os riscos?

 

Comprar por um preço alto

Os critérios para se comprar um imóvel para investimento são opostos aos parâmetros de compra para morar. 

Normalmente um imóvel mal cuidado, com cheiro ruim, ou pintura mal feita, são os grandes potenciais de compra. 

Portanto, quando você chega em boas possibilidades de investimento, você sente uma forte vontade de ir embora. 

Por outro lado, os imóveis que estão em perfeito estado, com móveis planejados, etc. costumam ser vendidos por valores que não permitem uma rentabilidade razoável. 

Assim como em qualquer outro mercado, para que você faça boas compras precisa ir contra a manada. 

Mas, a manada é menor no mercado de imóveis, em comparação com o mercado financeiro. 

Adquirir imóvel em localização errada

O investimento em imóveis tem um mantra: localização. 

Esse é o primeiro, o segundo e o terceiro critério para compra de imóveis. 

Se você tiver que escolher entre pagar mais do que vale em um imóvel em uma localização boa, ou comprar um imóvel muito barato em localização ruim, não tenha dúvida, a primeira opção é a correta. 

Porém, o ideal é que você tenha os dois mundos. Compre abaixo do preço e na melhor localização possível. 

Parece um dilema saber qual é a melhor localização, porém essa normalmente não é uma dificuldade. 

Boa localização não é descobrir o que irá se tornar bom no futuro, é saber o que é bom no presente. 

Quais são os três melhores bairros da sua cidade?

Com certeza você sabe a resposta. 

Sim, normalmente eles estão bastante valorizados, mas isso não quer dizer que você não pode chegar lá. 

Ou seja, condomínios antigos em bons locais, ou imóveis com algum nível de depreciação podem ser a chave para entrar. 

Se você está em uma localização boa, você não terá problemas de vacância. Existe fila de inquilinos dispostos a alugar imóveis. 

Além disso, certamente existe uma grande quantidade de aluguéis não reajustados e os proprietários não conseguem ter uma boa ideia da rentabilidade sobre o investimento.

Assumir custos de reforma e/ou manutenção muito altos

Quando você faz um bom investimento em imóveis é de esperar que seja necessária alguma reforma. 

Mesmo que não haja a necessidade é aconselhável algum investimento para deixar o imóvel com um aspecto mais moderno, o que irá aumentar o valor do aluguel. 

Contudo, você precisa estabelecer um teto e ser bastante criterioso com ele. 

Não é difícil se apaixonar por um imóvel. 

Os vendedores vão oferecer as melhores coisas e você ficará tentado a deixar a investir cada vez mais. 

Eu acredito que o investimento sempre se paga, porém o seu dinheiro é limitado. 

O principal problema de gastar demais é de fluxo de caixa. 

Você pode ficar com poucas reservas para manter o imóvel ao longo de um período, antes que os aluguéis comecem a retornar o investimento. 

Portanto, fazer um orçamento realista e pé no chão, planejando manter algum dinheiro em caixa para eventualidades é essencial. 

 

Conclusão

A sua independência financeira pode ser adquirida através de muitos caminhos. 

Mas, retirando os ganhadores de loteria, casamentos de diferentes classes sociais e herdeiros sortudos você precisará de três coisas. 

Gastar menos. Ganhar mais. Investir com qualidade. 

O investimento imobiliário vale a pena?

Sem dúvida. Mas, ele exige uma postura ativa, o que o diferencia de outras classes de investimento.

Você pode se tornar independente financeiramente só ganhando mais, sem reduzir despesas. 

Porém, é improvável que você se torne independente apenas gastando menos, ou investindo bem. 

O investimento imobiliário não é algo passivo. 

Ele fica mais próximo do empreendedorismo do que do investimento passivo. 

Você precisará assumir riscos que vão além do financeiro. 

Contudo, esse trabalho extra, faz com que os seus riscos financeiros sejam minimizados. 

Para mim é uma lógica que faz sentido. Você precisa domar o seu investimento com as próprias mãos. 

Isso faz com que você tenha um controle maior e uma relação mais adequada entre rentabilidade e risco. 

Ainda assim, você precisa estar disposto ao trabalho extra. 

Mas, quem disser que adquirir a independência financeira é fácil provavelmente não conquistou com seus próprios esforços. 

Muito obrigado por ler o texto até aqui. 

Qual categoria de investimento você prefere?

Nesse post eu falei um pouco sobre minha jornada para a independência financeira. 

Forte abraço

Ivan

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FIRE Yourself

A felicidade FIRE: o que é ?

O movimento FIRE é uma forma de busca pela felicidade. 

Adquirir a independência financeira e focar as energias onde você encontra mais satisfação e propósito. 

Fico bastante feliz em saber que muitas pessoas estão encontrando a felicidade no tempo livre e menos em bens materiais. 

Afinal, esse é um grande ideal do iluminismo que foi esquecido ao longo do tempo. 

No começo da era moderna pensadores contemplaram um futuro onde os seres humanos se dedicariam a criatividade e ao pensamento

Pai e filha

Ou seja, as máquinas fariam o trabalho necessário para prover alimento, moradia e suprimentos básicos para a vida humana. 

Contudo, a humanidade caminhou em outro sentido. 

O trabalho massivo migrou do campo para as fábricas. 

Portanto, as cidades cresceram. 

O tempo livre parou de ser algo bom, o valor foi colocado na alocação ótima do tempo, para obter o máximo de recursos. 

Dessa forma, se criou algo novo na história da humanidade: a escada corporativa. 

Vale lembrar, essa escada nunca existiu antes. 

Ou seja, a sociedade ao longo do tempo, foi muito mais dividida pelo nascimento do que por mérito. 

Ao final, essa pequena ilusão foi tão bonita quanto passageira. 

Se por algumas décadas acreditamos que esforço pessoal poderia trazer méritos suficientes para chegar ao topo de carreiras espetaculares, essa esperança está indo embora. 

Portanto, a tecnologia é tanto libertadora quanto concentradora de oportunidades. 

Existem cada vez menos empregos e esses levam cada vez menos longe. 

Mas, isso não é uma apologia à tristeza e sim uma saudação à felicidade. 

Prefiro pensar que iremos nos reencontrar com os filósofos. 

Tempo livre será libertação e igualdade. 

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Sim, precisaremos instituir a renda mínima universal. 

Por outro lado, faremos a energia barata e a inteligência artificial aumentarem a produtividade necessária para pagar essa conta. 

Os empregos existirão, mas os sábios do futuro vão priorizar tempo, gerando um equilíbrio de forças entre empregado e empregador mais saudável. 

Esse é o admirável mundo novo?

Sim, esse é o cenário positivo e viável para onde nossa sociedade deve convergir. 

Ao longo do tempo, o fato de termos avançado na crença de que a tecnologia iria transferir empregos de um lugar para o outro agravou as diferenças econômicas e sociais. 

Ou seja, está claro que a tecnologia retira empregos do mundo. 

Isso não é ruim. 

Precisamos perceber que não há necessidade de miséria. 

Familia de elefantes

No auge da pandemia trilhões de dólares foram criados. 

Empresas zumbis estão vivendo. 

Ainda assim, podemos acreditar que distribuir recursos para evitar a pobreza não é uma solução viável. 

Que o emprego é a única salvação. Na minha opinião, essa ilusão está acabando. 

Acredito que estamos superando essa falha cognitiva. 

Por outro lado, essa falha subestima os seres humanos.

Todas as pessoas vão querer a renda mínima de subsistência?

Se acreditarmos nisso, provavelmente nunca será possível alcançá-la. 

Por consequência viveríamos no paradoxal mundo da inteligência artificial convivendo com a fome.  

Contudo, não acredito que esse seja o caso. 

O futuro será feliz!  

Os seres humanos querem trabalhar, querem preencher o senso de propósito e pertencimento. 

Mas, da forma como está, não existe margem de segurança adequada para o risco. 

O que eu quero dizer com isso?

Quem pode arriscar em aprender um novo ofício, enquanto o seu salário é reduzido e não há outra fonte de renda?

Seria possível ficar alguns anos estudando uma nova tecnologia, para desenvolver um produto mais eficiente?

A maior parte da população hoje não pode desfrutar dessas oportunidades. 

Acredito que elas possam ser devolvidas para uma boa parte das pessoas, quando a renda mínima for uma realidade. 

Verdade seja dita, alguns países já estão nessa realidade. 

O seguro desemprego na Suíça não tem prazo. Ele paga 70% do último salário. 

Capacitação pode ser aceito como justificativa para se manter por anos com o subsídio do governo. 

Isso não está fazendo com que o país entre em colapso, parece ser o oposto disso. 

 

Ano Taxa de desemprego da Suíça
2019 4.87%
2018 4.88%
2017 4.8%
2016 4.92%

 

Algo semelhante acontece na Austrália, onde não há prazo máximo para se manter no seguro desemprego. 

Ainda assim as taxas de desemprego são baixas. 

Ou seja, o fato de existir a possibilidade de viver sem trabalhar, não quer dizer que a maioria das pessoas opta por esse recurso. 

Por outro lado, em ambos os casos o nível de escolaridade e produtividade da economia está crescendo. 

 

Explicando a felicidade FIRE

 

O que acredito é que o ideal de felicidade do período industrial estava ligado ao “american way of life”. 

O que é o “american way of life” ?

Você terá uma família, um emprego com salários crescentes e um poder de consumo crescente. 

American way of life

O seu consumo crescente permite que você abra portas cada vez mais altas na sociedade. 

O seu status social é condizente com os seus bens e as suas conquistas são traduzidas nas suas compras ao longo da vida. 

Essa felicidade do século passado é dependente de trabalhos seguros e um alto nível de endividamento familiar. 

O sistema de seguridade social deve garantir a sua aposentadoria, porque você irá consumir todos os seus rendimentos ao longo da vida. 

A felicidade está em ter um status social cada vez mais elevado. 

Ser aceito em esferas cada vez mais altas da sociedade é sinônimo de sucesso. 

Isso também garante que os seus filhos terão acesso às melhores universidades e que esse ciclo irá se perpetuar. 

Como você já deve ter percebido, existem algumas graves falhas nesse modelo. 

Primeiro: algumas dessas premissas não são mais verdadeiras. 

Quais?

O emprego estável com salários crescentes ao longo da vida não existe mais, ou está ameaçado de extinção. 

A aposentadoria garantida pelo Estado está bastante ameaçada. 

Segundo: o ideal de felicidade baseada no consumo é fraco. 

No “american way of life”, o consumo é um papel muito importante, ele é o responsável por abrir portas e gerar o sentimento de pertencimento. 

Você frequenta um clube de esportes, quando pode morar em determinado bairro, dirigindo um carro específico e colocando os filhos em escolas caras. 

Naturalmente todos esses gastos para sustentar um padrão de vida não gera felicidade. 

Pelo contrário, quanto mais esses gastos aumentam, maior o medo de perder as condições de mantê-los

Esse modelo de felicidade está morrendo por inanição. 

Ou seja, são tão poucas pessoas aptas a sustentar esse modelo, que ele acaba perdendo o status de ideal de vida. 

Qual é o novo modelo de felicidade?

Os pilares da felicidade FIRE são: liberdade, tempo, propósito e relacionamento. 

A liberdade é um valor amplo, mas no movimento FIRE está associada a fonte de renda e interação com o trabalho. 

Mulher livre

Portanto, enquanto na era industrial você teria uma relação longa e de dependência para com o seu empregador, atualmente você tem mais autonomia e responsabilidade. 

Autonomia para exercer mais de uma atividade, ter muitos vínculos de trabalho, ou usufruir de pequenas aposentadorias ao longo da vida. 

Responsabilidade para com o seu futuro, o empregador ou o governo estão deixando de ser garantidores da sua renda futura. 

Contudo, existem pontos negativos. 

Você precisa pensar no seu futuro mais do que em outros momentos. 

Porém, acabamos descobrindo que se consumirmos menos garantir a independência financeira não é algo impossível. 

Muito pelo contrário. 

Se você tiver independência financeira e saúde você não passará dificuldades. 

Você poderá estabelecer relações sólidas e tentar projetos audaciosos, que além de gerarem motivação, costumam render bons frutos financeiros. 

Esse não é o fim da família, nem do trabalho, nem a condenação dos idosos à uma vida de restrições. 

Os adeptos do movimento FIRE costumam dar muita importância para família. 

Além disso, costumam ter uma ética de trabalho muito forte, visto que conseguiram acumular um patrimônio considerável através do trabalho. 

Por fim, desenvolver bons projetos que surgem da união entre hobby e trabalho acabam sendo a chave final para a felicidade. 

O ideal de vida que substitui o american way of life é a felicidade FIRE. 

Relações, hobbies, conhecimento e saúde. 

O trabalho árduo nesses componentes da felicidade, faz com que a qualidade de vida seja constantemente elevada, mesmo sem aumentar o consumo. 

Por outro lado, para interpretar e reinterpretar esses valores a busca pelo conhecimento tem um papel fundamental

Isso quer dizer que o estudo de conceitos teóricos e práticos é algo bastante comum. 

Nesse post falei sobre a relação entre estoicismo e o movimento FIRE. 

Você acredita que a felicidade FIRE vai substituir o “American way of life”?

Deixe o seu comentário abaixo. 

Muito obrigado por ler o texto até aqui. 

Forte abraço