Saudades da poupança
Vamos defender quem está apanhando.
A poupança era um excelente negócio.
0,5% ao mês mais TR, essa gentileza ninguém mais oferece.
O rendimento acima acontecia caso a SELIC estivesse abaixo de 8,5% a.a.
Do contrário, você teria uma rentabilidade de 70% da SELIC mais TR.
Ou seja, existia garantia de rentabilidade em linha com o mercado financeiro.
A TR cresce se a taxa de juros crescer.
O que mais tinha?
Garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), liquidez imediata e até 2009 existia isenção total de imposto de renda.
Após 2009 a isenção foi limitada até o saldo de 50 mil reais.
Era um negócio maravilhoso.
Não vejo ninguém oferecendo negócios assim no mercado financeiro.
Se a poupança virou o grande vilão da rentabilidade, fomos jogados em um mundo sem mocinhos.
Sem problemas, esse é o mundo real, mas devemos saber disso.
Vamos dar nomes aos bois.
O Itaú pagou 6,3 bilhões por 49,9% das ações das ações da XP em 2017.
Ele sabia o que fazia, o acordo estava bem formatado.
Aquisição e direito de assumir o controle da corretora/distribuidora/gestora.
Quem iria pagar por tudo isso?
Você e eu!
A compra foi anunciada em 2017.
Guilherme Benchimol e sócios contava com a força do Itaú para garantir um IPO bem sucedido nos EUA.
O risco de concorrência, novas regulamentações, aumento da taxa de juros, inerentes ao negócio de Distribuição de Valores Mobiliários ia ser distribuído para o mercado.
O dinheiro desembolsado pelo Itaú, retornaria ao caixa do banco e ele manteria o ativo.
A XP teria um parceiro forte, capital no caixa da empresa e no bolso dos sócios.
Se tudo desse errado, todos estariam bilionários.
A democratização do mercado de capitais não quis se expor ao mercado de capitais brasileiro.
Ou seja, não há liquidez no Brasil.
Talvez, aqueles que garantem o lucro da distribuidora não devam ficar tão próximos do cofre.
Ainda assim, foi a alegria da Avenue, que recebeu enxurrada de recursos de investidores ávidos para se tornarem sócios da XP.
Deu tudo certo, todos ganharam dinheiro nessa etapa.
Mas alguns ficaram com mais risco do que outros.
Ou seja, enquanto os parceiros brigam, o dinheiro entra em um bolso e vai para o outro.
Enquanto isso o risco é diluído através do seu dinheiro.
A XP aumenta o capital. Todos ganham, até apagarem a luz.
Não, eu não acho que a XP vai falir.
Mas, a concorrência deve aumentar.
A regra: 2% de administração e 20% de performance deve cair.
Saudades da poupança, também não tinha taxa de administração.
Realmente, não dá para comparar um fundo multimercado, mesmo um ruim, com planos de previdência que cobram 4% de taxa de carregamento e 2% de administração.
Ainda assim, parece que viraram heróis do seu futuro.
Esse heroísmo tenho dificuldade em reconhecer.
Sem perdão nenhum, empurram curso de day trade, investimento em opções e garantem a profissão do futuro, com ganhos de mais de 18 mil reais por mês.
Ou seja, empurram vendedores de um lado e compradores de outro para girar muitas taxas.
Se der errado, a livre escolha é o primeiro mandamento do mercado, não é mesmo?
Sim.
Ou seja, entre a poupança paternalista e o capitalista que esconde riscos e insere rebates escusos precisa existir um meio termo.
Esse deveria ser um tema mais presente na sala.
Mas, o elefante está na sala
A Empiricus ensaiou uma rebelião.
Porém, logo viu que não era boa ideia.
Portanto, decidiu se juntar ao time e fazer um acordo com um Distribuidora de Valores Monetários que vai capitalizar taxas em cima das análises do research.
Sim, fizemos evolução.
É importante estudar, os researchs podem ajudar.
Mas, eles não vão te dizer para comprar um ETF e ficar tranquilo.
O giro de capital é benéfico para todo mundo, menos para você.
O caminho para a independência financeira é longo, navegue com paz e olhos abertos.
Ninguém vai te oferece uma poupança de 2012.
E eu com ódio do velho porquinho…
Saiba um pouco mais sobre a minha jornada para adquirir a independência financeira.
Muito obrigado por ler até aqui!
Você também tem saudades da poupança?
Você já sabia desses fatos?
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Obrigado.