Os dilemas da economia

Por: Ivan Tonon
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Os dilemas da economia fazem parte dos nossos dilemas como indivíduos. 

Gostaríamos de tomar decisões mais racionais, pelo menos em alguns aspectos da nossa vida.

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Contudo, isso é impossível.

Quanto acreditamos que algo está muito correto e todo o ambiente é que está errado, podemos estar errando, ou acertando no tempo errado.

Dá na mesma.

Esses são os dilemas da economia e também da vida.

Hoje a economia comportamental é uma realidade inegável. 

Já é amplamente aceito que temos maior aversão a perda do que propensão ao ganho. 

Além disso, uma série de ações dos seres humanos fazem com que o mercado tenha sérias distorções.

A hipótese do mercado eficiente está ultrapassada. 

O que isso quer dizer?

O mercado não é perfeito!

Dois ativos iguais podem ter o mesmo preço. 

A arbitragem de valores não é sempre eficaz. 

Os investidores não utilizam apenas o cálculo utilitário para fazerem seus investimentos. 

O que isso significa?

Que a emoção, o senso de justiça, o ressentimento, entre outros sentimentos, possuem um papel importante no mercado financeiro. 

Sim, as pessoas ficam com raiva de ações.

Por outro lado, algumas ações são amadas cegamente. 

Portanto, os valores que aparecem nas telas possuem um viés muito difícil de decifrar. 

O famoso caso da Palm e dá 3 COM ilustra o caso. 

A 3com era proprietária da marca Palm, que fazia palmtops bem descolados e muito querido pelas pessoas. 

Portanto, a 3com proprietária de 100% da Palm decidiu abrir 5% das ações da Palm no mercado financeiro. 

O que aconteceu?

O valor das ações da Palm subiram tanto, que atingiram o valor de 54 bilhões de dólares.

Naquele momento, a 3Com estava valendo 28 bilhões. 

Sim, você está certo, a 3Com tinha um valor negativo. 

Algo parecido acontece com as ações da Comgás, subsidiária da COSAN. 

Essas situações peculiares são uma boa oportunidade de compra e realização de arbitragem?

Ou seja, você poderia comprar ações da 3Com e vender ações da Palm, correto?

Infelizmente muitas pessoas já quebraram tentando fazer isso. 

Na verdade, o mundo entrou em colapso em 1998, porque pessoas muito inteligentes decidiram arbitrar o mercado ineficiente. 

Você conhece o caso LTCM (Long Term Capital Management)?

Prédios e avião

Aqui está um documentário interessantíssimo sobre o caso.  

O grupo identificou que um grande conglomerado de petróleo tinha preços de mercado díspares. 

As ações da Shell em Londres estavam baratas, enquanto as ações da Royal Dutch em Amsterdam estava cara. 

As duas representavam a mesma companhia. 

Essa arbitragem foi seguida por diversos fundos de investimento. 

Porém, os preços não convergiam, como a matemática ensinava. 

Aos poucos, o grande fundo LTCM ia perdendo dinheiro, quando veio a crise da Rússia, os investidores ressabiados decidiram resgatar altos volumes do fundo. 

Sem margem para manter a operação e pagar os investidores o fundo faliu. 

O tesouro americano precisou resgatar o fundo. 

O fundo perdeu 4,4 bilhões. 

Porém, além disso ele fez com que o mercado de opções do mundo ficasse desestruturado por um período. 

Isso é história, mas não é muito antiga. 

Dinheiro é o que nós acreditamos. Algumas vezes, muitas pessoas deixam de acreditar juntas. 

O que isso pode nos ensinar?

Que devemos estar sempre abraçados com a nossa ignorância. 

Não há razão para pânico. 

Assim como erramos em investimentos, erramos na escolha de parceiros, erramos em um emprego, errar é o que nos torna humanos. 

O erro é o que nos permite aprender. 

Testar os limites sem correr o risco de vida, essa é a fórmula de todas as pessoas que obtiveram sucesso. 

Imagine quantas vezes Michael Phelps imaginou estar próximo ao colapso físico. 

Porém, sem dúvida alguns médicos e fisioterapeutas estavam de prontidão na beira da piscina. 

Duas coisas são pouco prováveis na trajetória para a independência financeira. 

Se tornar independente sem tomar nenhum risco. 

Chegar a tranquilidade financeira aceitando altos riscos por bastante tempo. 

Como encontrar o equilíbrio?

O equilíbrio sempre está no psicológico. 

Ou seja, o seu inconsciente é muito mais esperto do que você, ou do que o seu consciente. 

Quando algo começa a tirar o sono, por várias noites seguidas, você está fazendo algo errado. 

Muitas vezes esse algo errado não significa desfazer o que você fez, mas realizar ajustes. 

No meu caso, já tive a experiência de estar na frente de um contrato de compra e venda de imóveis por nove vezes. 

Todas as vezes algo me dizia para eu não fechar o negócio. 

O que me fez seguir em frente?

Eu me perguntava: “minha tese ainda é verdadeira?”. 

Caso a resposta fosse positiva, eu assinava o contrato.

A minha tese é simples.

Determinada localidade possui uma atração crescente e a taxa interna de retorno, na pior das hipóteses não cairia do valor que considero aceitável. 

Pronto, engolir o medo, assinar o contrato, trabalhar. 

Ou seja, tenha teses que não sejam suscetíveis aos humores do mercado. 

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Um dos mercados com humor mais instável é o financeiro.

A racionalidade, como demonstrado anteriormente, fica muito tempo afastada do mercado financeiro. 

Em alguns casos, fica afastada até formar uma bolha e estourar, como em 2008. 

Continuo acreditando na minha tese e curioso para descobrir possíveis falhas. 

Por fim, acredito que essa é melhor postura para se assumir riscos e não se expor ao desconhecido completamente. 

Nesse post eu falo um pouco mais sobre a minha jornada para a independência financeira.

Obrigado por ler até aqui.

O que você pensa sobre os dilemas da economia?

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