O mercado financeiro é a única opção de investimento?
As informações e os canais de investimento no mercado financeiro estão crescendo exponencialmente no mundo todo.
Se você já viu o “Primo Rico”, ou o canal “Me Poupe”, saiba que eles fazem parte de um fenômeno mundial.
Isso está acontecendo na Coréia do Sul, na Inglaterra, nos Estados Unidos e no México.
Ou seja, investimentos no mercado financeiro estão cada vez mais populares.
O instrumento antigo, se tornou mais acessível e pessoas com pouco dinheiro podem investir.
Isso não era possível antes?
Não!
A burocracia era grande e o custo era alto.
O mercado financeiro já foi tão burocrático quanto comprar e vender um bem, como uma moto.
Existiam milhares de motos iguais, mas você precisava ir a um lugar específico, comprar um lote de 5 motos.
Esperar que alguém na concessionária recebesse a ordem de compra, ainda assim você não tinha certeza de quanto iria pagar em cada moto.
Depois de fechada a compra, você demorava alguns dias para receber as motos e existia a chance de que elas valessem menos do que na compra.
Os custos para que tudo isso ocorresse eram altos.
Existia uma série de intermediários, que recebiam a sua ligação, processavam o pedido, supervisionavam o salão de vendas e por aí em diante.
Resumindo, não existia a mínima possibilidade de um adolescente sem dinheiro colocar R$40 reais nesse sistema e se dar bem.
Esse valor não cobriria os custos de transação.
A corretora nem abriria conta para alguém que não demonstrasse condições de operar altos volumes.
Ou seja, os procedimentos e custos do mercado financeiro não permitiam a entrada de peixinhos.
Esse mundo pré-histórico é quase inimaginável atualmente, não é mesmo?
Portanto, tecnologia, disseminação de informação e redução de custos de transação permitiram que milhões de pessoas acessem o mercado de capitais.
Atualmente é possível comprar ações no mercado fracionário, ou seja, menos de 100 ações, sem custo de corretagem.
Isso permite que você invista no mercado financeiro, com possibilidade de ganho, mesmo com valores baixos, 50, ou 100 reais.
Por fim, o mercado de moedas e futuros também foi disponibilizado para o investidor iniciante.
Alguns produtos fracionaram lotes de dólar e índice, permitindo que operações alavancadas com baixos valores, aumentando a possibilidade de ganho e perda.
Além disso, o juros na renda fixa do mundo inteiro está na mínima histórica, isso fez com que as pessoas se tornassem mais propensas a assumirem risco.
Resumindo, o mundo inteiro trancado em casa decidiu fazer operações no mercado financeiro.
Todo tipo de teoria foi formulada para que se ganhe dinheiro rápido, cursos foram vendidos e contas foram abertas.
Milhões, ou bilhões de dólares foram gerados em emolumentos, taxas de custódia, corretagem ou float.
Se você não entende como uma corretora com zero de custódia ganha dinheiro, segue uma explicação.
Assim como os bancos podem aplicar parcelas dos valores depositados em contas correntes, o saldo que fica nas corretoras pode ser aplicado pelas mesmas.
As corretoras de valores costumam investir entre 1% a 2% dos valores investidos nela, esse recurso precisa ficar sem risco, mas o volume é alto, gerando uma boa renda.
Além disso, elas costumam conseguir direcionar parte do valor investido para fundos de investimento, que possuem taxas de administração maiores.
Ou seja, o fato de não cobrarem corretagem não quer dizer que não existam custos, apenas que eles são mais baixos.
Existe a taxa de liquidação e custódia, taxa de registro, além de imposto de renda, caso se opere no mesmo dia, o chamado day trade.
Todo mundo está ganhando dinheiro! Você também?
Sim, a pergunta é irônica.
Na corrida por maior rentabilidade, muitas pessoas se expõem a taxas e riscos que desconhecem.
Os velhos bancos, não gostavam de expor seus clientes ao risco, mas à taxas…
Os bancos oferecem produtos como previdência privada, letras de crédito, CDB’s, etc.
Por quê?
Por que esses produtos geram uma excelente rentabilidade para o banco.
Além disso, não exigem que o banco se exponha a grande risco para obter um rendimento superior ao que ele irá te dar.
De forma geral, quando o banco oferece risco ao cliente, ele também precisa aumentar o seu risco para que a operação seja lucrativa.
A diferença de rentabilidade é o principal insumo do banco.
Pegar dinheiro barato, vender dinheiro caro.
Em alguns desses produtos, os bancos conseguem fazer com que você fique “preso”, por anos a fio, isso garante rentabilidade por longos espaços de tempo.
O investimento através de corretoras, tende a ser menos lucrativo do que os produtos oferecidos pelos bancos, ainda assim, é bastante dinheiro e pouco risco.
Você não foi a XP Expert de graça, você deixou, no mínimo os seus dados lá.
Seus dados irão se transformar em leads, que irão virar float, corretagem, taxas de administração e por aí vai.
Qual é o problema?
Nenhum!
É ótimo que as pessoas aprendam mais opções de investimento e se preocupem com suas finanças pessoais.
Contudo, um pouco mais de transparência é necessário.
Quem pagará pelos milhões que o BTG está oferecendo para recrutar agentes autônomos ligados à XP?
Será o investidor, que precisará comprar muitos produtos financeiros.
Preciso dizer que esses produtos não serão os melhores?
Tudo bem, falamos muito sobre o mercado financeiro.
Porque o mercado imobiliário não é uma opção no Brasil?
Existem canais enormes de investimento imobiliário nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, etc.
Ou seja, mais acessibilidade em termos de liquidez e de conteúdo sobre o investimento.
Conteúdo voltado para jovens que buscam o conhecimento para obter a independência financeira.
Por que isso não acontece no Brasil?
Existe menor concentração de agentes econômicos.
No sistema financeiro, apenas um punhado de agentes econômicos ganham com as operações.
Ou seja, 5 bancos e 5 corretoras dividem 90% do mercado.
Além disso, eles lucram juntos.
Os grandes bancos são responsáveis por estruturação de produtos, IPO, Follow On, entre outras operações que exigem garantias altas, que as corretoras não dispõem.
Essa concentração de dinheiro em poucos operadores, faz com que haja uma concentração de informação.
Para citar alguns exemplos:
O BTG é dono da revista Exame, a XP é dona do portal Infomoney, o famoso Banqueiro Daniel Dantas é dono da maior parte da Istoé Dinheiro.
Os grandes bancos, estão sempre entre os maiores anunciantes dos grandes veículos de comunicação, que também são oligopolizados.
Essa é uma das razões pelas quais outras modalidades de investimento não se tornam populares, tais como o investimento imobiliário.
A opção do investimento imobiliário
O oligopólio no mercado financeiro não é a única razão para a baixa disseminação dessa modalidade de investimento.
Além do fato de o mercado imobiliário ter uma quantidade muito maior de operadores existe menor possibilidade de reincidência.
Ou seja, se você comprar um apartamento, você pagará uma série de taxas, mas dificilmente fará essa operação várias vezes ao ano.
No mercado financeiro é muito comum você fazer mudanças grandes na alocação do patrimônio ao longo do mesmo ano.
Se os custos de transação são distribuídos e pouco recorrentes, não existem grandes anunciantes.
Os grandes bancos, até o momento não priorizavam a operação de crédito imobiliário.
Por quê?
Porque são créditos de longo prazo, que possuem um risco estrutural ligado às oscilações da inflação e taxa de juros.
Então é tudo uma grande conspiração?
Não!
Existem riscos reais para o investimento imobiliário e os custos de transação são maiores do que para o investimento no mercado financeiro.
Por outro lado, os ganhos são mais perenes e constantes.
Após comprar três, ou quatro imóveis você pode ter uma renda que permitirá a independência financeira permanentemente.
Você pode comprar imóveis abaixo do valor de mercado.
A rentabilidade de um imóvel pode ser próxima de 1% ao mês.
Mesmo assim, o mercado imobiliário é visto como muito arriscado, ou muito trabalhoso.
Portanto, a possibilidade de investimentos à disposição do investidor pessoa física deve ficar restrita a corretoras e bancos.
Além do mercado imobiliário o que pode existir?
Mercado de crédito pessoa para pessoa (peer-to-peer).
Por que você não compra o crédito de amigo ou familiar de um banco e fica com a diferença?
O que aconteceria se muitas pessoas pensassem nisso?
No mínimo, teríamos um mercado de crédito mais competitivo.
Além disso, isso pode fazer com que a pessoa física possa fazer alavancagem em negócios reais de forma mais barata.
Retirar uma parte de valor de uma casa e colocar em uma padaria, por exemplo.
Risco?
Sem dúvida, mas não é atrás disso que todos estão correndo?
O que foi a onda do COE?
Investimento em renda variável sem risco não existe.
Na verdade, não existe investimento sem risco.
O argumento é simples:
existem outras possibilidades para além do mercado financeiro.
Existem outras características, vantagens e desvantagens.
Infelizmente, é muito difícil de furar a bolha formada por um oligopólio.
Isso precisa mudar.
Será melhor para a sociedade e para os indivíduos.
Para isso a regulamentação governamental também precisa melhorar.
Seja no crédito imobiliário ou em crédito peer-to-peer, para citar duas importantes.
O que você pensa a respeito?
Nesse post eu falo um pouco sobre a minha jornada para a independência financeira.
Muito obrigado por ler até aqui.
Forte abraço